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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dez dias de crise e um destino ainda incerto

Desde o início do governo do prefeito Jorge Mário Sedlacek, a população e a imprensa de Teresópolis começaram uma luta de mais de dois anos para derrubá-lo. A corrupção descarada, a falta de vergonha, humanidade e respeito ao povo foram as marcas do reinado de terror daquele que será eternamente lembrado como o pior prefeito do município. Uma cidade pacífica conheceu o caos político administrativo nas mãos de um desqualificado sem consciência. Mas a luta contra Jorge Mário acabou por se tornar uma luta pró - Roberto Pinto.
O ódio a Jorge Mário, cujo governo era rejeitado por 92% da população, de acordo com pesquisas dos jornais locais, se transformou em carinho e respeito por Robertão. Médico, empresário e professor que começou a carreira em profissões que variavam de office boy e até lutador de telecat, Dr. Robertão foi um político honesto e fiel ao povo até o fim. A principal preocupação do prefeito interino, que morreu 44 horas após assumir o cargo, era garantir auxílio de psicólogos e assistentes sociais aos desabrigados da tragédia de 12 de janeiro na cidade.
Além disso, o prefeito Robertão buscava formas de pagar os próximos salários dos servidores municipais, já que não há recursos disponíveis na Casa Rosada. O problema continua sem solução e passa agora às mãos do prefeito Arlei Rosa. O novo chefe do executivo une a esperança de cidadãos oprimidos e humilhados a um futuro nebuloso. O passado conturbado de Arlei e a omissão da câmara de vereadores durante os dois anos e oito meses de atrocidades da prefeitura levam o povo a duvidar do potencial do novo governo interino.   

Ao contrário do que a maioria acredita, não serão convocadas novas eleições em 30 dias. O prefeito Arlei governará durante os 90 dias de afastamento de JM, que podem ser prorrogados por mais 90 dias, totalizando seis meses. Ao final do processo de investigação, ou o governo retornará para as mãos do mandatário afastado ou a câmara cassará o mandato do prefeito.
Se a cassação ou renúncia ocorrer de forma que as eleições possam ser realizadas antes de 31 de dezembro de 2011, a cidade vai às urnas em eleição direta. Porém, se JM perder o mandato ou renunciar após 01 de janeiro de 2012, a eleição será indireta na câmara municipal. As chances de outro legislador assumir o Palácio Thereza Cristina são nulas, o que manteria Arlei na prefeitura por mais um ano.
A ascenção do grupo político (ou ao menos parte dele) do ex – prefeito Roberto Petto, com a posse de Arlei, representa uma pequena vitória para o PMDB, último colocado nas eleições de 2008. Entretanto, o ânimo no partido é controlado, já que a orientação é aguardar o resultado da gestão provisória com cautela, sem grande empolgação. Talvez esse tenha sido o principal erro da administração do PT em Teresópolis: pensar que apenas com alarde e propaganda conseguiriam ludibriar 163 mil pessoas.
A frustação é um sentimento comum em Teresópolis desde 2009, assim como a insegurança. O fato de acordar e não saber qual a próxima punhalada se tornou algo rotineiro. Mas não precisa ser assim eternamente. A dignidade de uma cidade inteira está em jogo a cada passo dos três poderes. Nada é garantido, apenas o desejo universal de justiça: que Jorge Mário Sedlacek e seus aliados paguem por sua gestão criminosa.

Foto: Luciano Zimbrão