ANDRÉ COÊLHO
Uma produção hollywoodiana beirando o tokusatsu com um elenco de alto nível e texto impecável. É assim que "Os Mercanários 2" se apresenta dois anos após o lançamento do primeiro filme da franquia, em 2010. O roteiro conta com frases de efeito e jargões colocados de modo a contruir um filme engraçado, mas ao mesmo tempo intenso, ao gênero de Stallone.
Divulgação |
A obra repete os erros de iluminação vistos no primeiro filme. Em alguns momentos, é até difícil distinguir o que se passa na tela. Mesmo assim, a combinação da coreografia e os efeitos visuais (com destaque para o banho de sangue à la Tarantino) fazem com que seja impossível não aproveitar cada uma das cenas de ação.
Outra falha da direção é fazer uso de uma ideia cada vez mais popular nos filmes de pancadaria que é transmitir para a platéia todo e qualquer impacto das cenas através de movimentos constantes com a câmera, no limite do descontrole. Por mais que a sensação de realidade seja maior, a compreensão da cena é afetada. Um deserviço bobo. Mero luxo.
Ao somar todos os erros, não há grande dano aos fãs de Sylvester Stallone, Jason Stataham e Arnold Schwarzenegger. Stataham, aliás, se destaca entre os companheiros de elenco, assim como a entrada triunfal de Chuck Norris na tela. Uma cena para entrar para a história da carreira do ator.
Com uma trama inteligente, excelente script e elenco brilhante, "Os Mercenários 2" mostra que um clássico pode ser reconstruído de diversas formas, onde receitas de sucesso exploradas ao longo de décadas podem gerar um resultado mais moderno do que se imagina.
Outra lição passada pelo filme é que não se deve subestimar o talento dos dinossauros, por mais interessantes que os novatos do cinema possam parecer. Quem realmente teve talento um dia, terá talento para sempre. Não importa quantas fornadas de galãs instantâneos surjam. Como é dito no filme, "nada melhor que um clássico".