Vinte e três dias se passaram desde a tragédia na região serrana e a tensão causada pela catástrofe em Teresópolis diminui a cada dia. A população tenta seguir a rotina normalmente, mesmo com corpos armazenados até agora em frigoríficos em frente ao Instituto Médico Legal. O trânsito na Avenida Alberto Torres, que estava interditado desde o dia 12 de janeiro, foi liberado.
Com 362 mortos confirmados, as equipes de resgate mantém as operações nas regiões devastadas. Corpos são levados ao IML em ritmo lento, em comparação ao caos inicial. No fim da tarde, o corpo de uma mulher encontrada no bairro da Posse foi trazido pela Defesa Civil para o instituto.
O número de voluntários nos centros de auxílio aos desabrigados diminuiu e, mesmo assim, as doações chegam diariamente. O trabalho se acumula e os galpões lotam de donativos de todo o país. Ainda não há previsão de quando os recursos para aluguéis sociais serão liberados. Enquanto isso, as famílias vitimadas pelas chuvas continuam nos abrigos da prefeitura.
Apesar de toda normalidade aparente na cidade, policiais da Força Nacional de Segurança ainda patrulham Teresópolis. O movimento de operários do Rio de Janeiro que trabalham para controlar os prejuízos da tragédia é intenso. Funcionários da concessionária de energia elétrica AMPLA tentam restabelecer o fornecimento de eletricidade em bairros até pouco tempo isolados, como Cruzeiro, na zona rural.
A boa notícia em meio a todo o caos é que o tempo se mantém firme nas últimas semanas. As chuvas são cada vez mais raras e fracas, o que facilita as buscas. Não há previsão de quantos corpos ainda não foram encontrados. Voluntários acreditam que centenas de corpos jamais serão localizados. Bairros inteiros se tornarão verdadeiros cemitérios.
Fotos
Vinicius Tozato
André Coelho
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