O drama da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani se agravou vertiginosamente nas últimas semanas com a divulgação da notícia de que a presa seria executada a qualquer momento. A notícia manteve em alerta as redações jornalísticas e as organizações pela proteção dos direitos humanos, exigindo a libertação de Ashtiani pelo regime islâmico. Este é apenas mais um resultado da restrição da liberdade em países controlados por fanáticos religiosos e fundamentalistas extremados.
Hoje com 43 anos, Ashtiani foi presa em 2006 acusada pelo assassinato do marido e por ter mantido relações sexuais com dois homens após ficar viúva, o que é proibido na nação dos aiatolás. A legislação do país governado pelo execrável Mahmoud Ahmadinejad sentenciou a prisioneira a duas penas de morte, sendo uma delas por apedrejamento.
Por maior que seja a mobilização de líderes e da população de vários países, o Irã se recusa a libertar Sakineh Ashtiani, tendo até detido sua advogada na semana passada. Este caso serve para mostrar as consequências de um regime totalitarista que se apodera de tal maneira da vida e da liberdade de seu povo. Em pleno século XXI, a proliferação de pequenas ditaduras capazes de chocar as sociedades democráticas é cada vez mais cotidiana.
O Irã não precisa ser excluído do cenário internacional. As relações comerciais para países como o Brasil são positivas, mesmo que não sejam fundamentais. Porém, as sanções tão condenáveis são o único modo coerente de atingir o governo ditatorial que assassina inocentes diariamente.
A população é quem paga o preço das sanções, de fato. Mas mesmo assim é a melhor alternativa, em paralelo a uma ação militar com grandes possibilidades de fracasso como a operação Iraqi Freedom, conduzida em 2003 por George W. Bush contra o Iraque, sem o consentimento da ONU e da maioria da comunidade internacional.
A cada dia que passa as ações contra o Irã ficam mais limitadas pelo poder de um soldado de chumbo. Um ditador travestido de democrata que se mostra capaz de fazer o mundo tremer com absurdos internos e com ameaças constantes aos vizinhos. Se não é possível derrubar o regime islâmico e libertar o país, que a luta pela libertação de Sakineh Ashtiani prossiga, e com ela o empenho em difundir a liberdade para aquela terra. Mesmo que coberta por um véu.
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