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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Lembra do Eurico Miranda, Asfor?

O vice-presidente eleito Michel Temer começa a dar sinais de seu poder e influência, antes mesmo da posse da chapa vencedora. O primeiro objetivo de Temer é fazer com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva analise com mais carinho o nome do ministro César Asfor Rocha para uma indicação ao Supremo Tribunal Federal. Essa missão é compartilhada por Temer com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, e com o ex-presidente da República e presidente do Senado, José Sarney.
                         

O presidente Lula recebeu o nome do ministro Asfor pelas mãos de Sarney durante um almoço no Palácio do Itamaraty, exato momento que Lula escolheu para saber do presidente do Senado a possibilidade da casa sabatinar o indicado à vaga no STF ainda este ano.
Asfor, que já foi presidente do Superior Tribunal de Justiça, não recebe o apoio dos caciques peemedebistas gratuitamente. O que circula na imprensa é que o partido tenta usar suas forças, inclusive o vice de Dilma, para inserir na corte alguém contrário ao projeto Ficha Limpa. Assim, o tribunal ficaria ainda mais dividido e as chances de salvar da cassação o senador eleito pelo PMDB e ficha suja, Jader Barbalho, seriam maiores.
A urgência em devolver Barbalho ao Senado, de onde renunciou por envolvimento no escândalo de violação do painel de votações, se dá, também, pela cassação da candidatura do senador eleito por Tocantins, Marcelo Miranda, do PMDB. 
Agora, resta saber se Asfor dará prioridade à amizade com Sarney e ajudará o partido no julgamento, ou se será coerente e votará contra Barbalho. Em 2006, Asfor votou contra o registro de candidatura do ex-deputado e ex-presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama, Eurico Miranda, por acreditar que sua conduta não condizia com a moralidade pública.
Jader Barbalho tem história. E é conhecida por todos. Do mesmo modo que o nome Eurico provoca medo em vascaínos e eleitores até hoje. O passado não pode ser apagado, tanto o dos políticos corruptos, quanto das atitudes dos santos ministros do STF. Com uma eventual vitória de Temer para colocar Asfor para ser a voz de seu partido e dos fichas sujas, é preciso que a imprensa preste atenção especial ao voto e aos argumentos do ministro para justificar seus possíveis atos favoráveis ao PMDB. 
É cedo para fazer juízo de valores sobre uma indicação que ainda não foi efetivada pelo presidente, porém a tentativa de Temer em interferir no funcionamento de uma instituição autônoma deve ser anotada para que se possa acompanhar os futuros passos do vice. Um vice astuto, esperto e que gosta do poder. Dilma e o PT não poderiam querer melhor companhia. 

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