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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Primeiro nocaute

O "novo" governo não assumiu ainda mas já mostra a que veio. Assim que o último voto foi contado, começaram as mobilizações dentro da base aliada e até com membros da oposição para trazer de volta a CPMF. A própria presidente eleita Dilma Rousseff afirmou ser favorável a criação de uma nova taxação que direcione novos recursos para a saúde, mesma premissa responsável pela criação do chamado imposto do cheque.


A posição da presidente eleita é no mínimo curiosa, se comparada com a ênfase com que a então candidata dizia aos quatro cantos do país ser totalmente contrária a ajustes fiscais. Qualquer dúvida disso, basta checar o desempenho de Dilma nos debates e entrevistas durante as eleições. Passado o período de conquista de votos, a atitude muda e a população será responsável, novamente, por encher o caixa de um governo que se recusa a reduzir gastos com folha de pagamento.
Os governadores eleitos pelo PSB uniram forças para brigar por um imposto similar a CPMF. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, defendeu a presidente eleita e disse sempre ter sido favorável ao imposto, mesmo tendo votado contra sua criação em 1998. A justificativa do voto de Dutra, mesmo contra sua posição, foi a influência do partido pela decisão em bloco.
Criada em 1997, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira não cumpriu a promessa de abastecer os cofres da saúde, apenas. Os recursos foram destinados também à previdência e ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, o que anula parcialmente o discurso defensor do SUS como receptor integral do dinheiro. A taxa não foi prorrogada pelo Senado em 2007, o que fez o tesouro perder R$ 40 bilhões em arrecadação.
A oposição já se manifestou sobre o assunto. O Democratas declarou que "não permitirão que o povo pague a conta da eleição". A discussão da volta do imposto do cheque ainda vai ocupar muitas manchetes de jornal, até que o governo acabará vencendo esta luta. A única possibilidade de atrapalhar os planos de Dilma seria a rejeição da população a um dos impostos mais criticados da tributação brasileira. A possibilidade, mesmo escassa, levaria o governo a jogar a bola para o Congresso. 
Os deputados e senadores assumiriam a responsabilidade de recriar o imposto, tirando do governo o fardo da nova taxação. De uma forma ou de outra, o discurso foi jogado no lixo e o brasileiro pagará mais por um serviço péssimo. 

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