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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Futuro incerto para Obama

O talento nato para oratória levou Barack Obama a vencer Hillary Clinton nas prévias de 2008 e a se tornar presidente dos Estados Unidos. Disso, não há menor dúvida. A questão agora é por quanto tempo esse mesmo poder de persuasão será capaz de blindar o presidente do crescimento do partido Republicano. 
                      

Após quatro anos, o partido do ex-presidente George W. Bush reconquistou o comando da Câmara dos Deputados. Isso, somado ao enfrequecimento dos Democratas no Senado, prejudica muito a administração de Obama. A oposição planeja rever o projeto já aprovado de reforma no sistema de saúde, que é a maior conquista do governo, além de barrar os futuros projetos enviados pela Casa Branca.
Assim, os próximos dois anos serão bem complicados para o presidente que se elegeu após injetar esperança e patriotismo no coração de um país dividido. E essa era a principal diferença entre Obama e Clinton. Os projetos da senadora e ex-primeira-dama eram parecidos com os do senador de Illinois, mas Hillary sempre foi mais realista, mais direta.
                        

A chamada "Obamawave" que mobilizou os americanos a favor de Obama se transformou em um verdadeiro tsunami contra o próprio governo. A aprovação do presidente cai a cada dia e a oposição cresce graças à insatisfação com os Democratas. A reeleição do primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos que é, para muitos, dada como certa, está ameaçada. Se a situação política se estagnar, ou até piorar, as chances de Obama permanecer na Casa Branca são mínimas. 
Na prática, 2011 é o último ano de governo do presidente Obama, já que 2012 é o ano de nova disputa eleitoral. Em todo país de regime presidencialista, o ano eleitoral é mais utilizado para prestação de contas e propaganda do trabalho realizado, do que para grandes ações administrativas.
                         

Até agora, os Democratas fizeram um ótimo trabalho. O presidente cumpriu todas as suas promessas da forma que foi possível, mesmo com desgastes diários e com uma oposição intransigente. O problema foi justamente a maior qualidade de Obama: falar bem. O diálogo com o povo se perdeu, assim como a boa vontade da população para deixar de lado as emoções e entender realmente o que Obama dizia. Tanto nas eleições quanto no governo, muitos americanos escolheram se enganar. 
Primeiro, ao achar que Obama resolveria todos os problemas do mundo em duas semanas e, depois, ao concluir que o presidente mentiu e que os Estados Unidos não "melhoraram como o prometido" por incompetência do governo. De duas coisas é possível ter certeza: os Republicanos não são uma alternativa salvadora para o momento político atual e o antigo ditado nunca esteve tão certo: se o jogo não virar logo em favor de Barack Obama, o peixe morrerá pela boca.
Fotos:
Reuters
Ozknews.com

2 comentários:

  1. Gostei muito do artigo. Coloca a situação de instabilidade política dos EUA em pratos limpos. Talvez o povo americano saia muito mais cético quanto a belos discursos depois dessa tempestade. Parabéns!

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  2. André,
    Adorei sua "casa" nova!
    Seu texto está muito bem escrito. Nenhum político surgirá como salvador da pátria, livrando nenhum país de todas as agruras de um mundo capitalista. Mas, que os republicanos estão adorando esta instabilidade, ah, estão...
    Bj imenso e parabéns pelo blog

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